sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Confraternização dos Crismando 2011 e das Famílias de São José

Ontem dia 29/12/2011 o Casal  Leigos Josefinos Cezar Fabrício e Francimária juntamente com a comunidade de Santa Tereza, realizaram uma confraternização para os crismandos 2011e as Famílias de São José, para comemoramos a passagem do natal e a chegada do ano novo, com dedicatoras, mensagens natalinas, de amizade, amor e de incentivos. Essa confraternização foi realizada graças as ajudas de pessoas que confiam em nosso projeto e que nos ajudam nessa caminhada pela fé.

Aldicemos aos Senhores e Senhoras que ajudaram a fazer o natal dos crismando e familias de São José.
"Distribui-a valores espirituais pois quanto mais você der, mais receberá"
  • Leigos Josefinos de Barcelona - George, Arlinda, Eurizélia, Luiza - Lulu de Chico.
  • Cazuza - Barcelona
  • Isabel de Maria - Barcelona
  • Antônia Pereira - A´ntônia de Prancha - Barcelona
  • Francisco Ivanildo - Barcelona
  • Luzia de Mano - Barcelona
  • Josefa Capela  - Barcelona
  • Aurina Felipe - Bebé - Barcelona
  • Marcelo de Dalva - Barcelona
  • Leigos Josefinos de Florânia - Cezar e Francimária
  • Leigos Josefinos de Santana do Matos - Fca. das Chagas, Fca. Gregório e Luzia Horácio
  • Josefa Magna Diretora da Escola Municipal Francisca Mendes da Silva - Santa Tereza -RN
  • As Coordenadoras Josenilda Freitas, Luzia Horácio, Fca das Chagas, Fca Gregório, Aurita Rodrigues, Maria Aparecida, Josenilda Cunha, Maria dos Milagres - Santa Tereza - RN
  • Cássio Júlio (Pastoral da Criança e Grupo de Jovens) e equipe - Santa Tereza - RN.
  • Avanilson Cunha (Coordenador do Coral) e equipe - Santa Tereza - RN
  • José Francisco - Riacho da Salina - RN
  • Zé de Chiquito - Santana do Matos
"Agradecemos com nossas Orações"

Confiram as Fotos desse Evento











segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Reflexão toda 2ª feira às 20h na Casa Oblatos da Igreja Matriz, para montagem da missa dominical com o Padre Ademir e as Irmãs Vilma e Teresa. Uma grande oportunidade para quem quer conhecer mais sobre a Liturgia e aproveitar melhor os ensinamentos contidos nas sagradas escrituras. Para agentes de Pastoral e comunidade em geral. Participem!

O LEITOR (VII) – A Pontuação

Escrevíamos, na última edição, que um dos aspectos mais importantes a cuidar, na proclamação da Palavra de Deus, é a pontuação. Esta marca o ritmo, os silêncios, as pausas no decurso da leitura, que, por sua vez, permitem a compreensão e dão sentido às diversas frases que constituem o texto proclamado.

Pode o leitor pronunciar bem cada uma das palavras, mas se não “organizar” bem as palavras na frase, dando mais ênfase a umas do que outras, se  não articular as frases entre si, o texto tornar-se-á incompreensível. Para que isto não suceda, é fundamental executar correctamente a pontuação: vírgulas, ponto e vírgula, ponto final, ponto de exclamação, de interrogação, bem como o estilo e carácter do texto: crónica, exortação, louvor…

É necessário, portanto, numa vírgula e, regra geral, no ponto e vírgula fazer-se uma pausa breve; num ponto final uma pausa mais longa; numa exclamação exclamar, admirar, louvar…o que implica uma leitura antecipada do texto; numa interrogação, que se ouça, de facto, que há uma interrogação que, nalguns casos pode ser afirmativa.

Dois exemplos: «Voltaram os setenta e dois discípulos, (pausa breve) cheios de alegria. (pausa longa)» (Lc 10,17). Fazendo mal as pausas, pode ler-se o que o texto não quer transmitir: «voltaram os setenta, e dois discípulos cheios de alegria», significa que só dois vinham alegres, o que não corresponde à verdade do texto, pois todos os 72 estavam alegres.

Também na 2ª leitura da Solenidade do Corpo de Deus, lida recentemente, a pontuação bem feita é fundamental: «Não é o pão que nós partimos a comunhão com o Corpo de Cristo?» (1Cor 10,16). A interrogação, neste caso, é mais afirmativa que interrogativa. Se em vez da interrogação fazemos um ponto final, ou uma vírgula, afirmamos precisamente o contrário do que o texto significa: que o pão que partimos não é a comunhão com o Corpo de Cristo…E S. Paulo queria dizer o contrário: que o pão que partimos é comunhão! As mesmas palavras, pontuação diferente, sentido oposto.

Muitos outros exemplos poderiam ser indicados. É fundamental, não no momento, mas antes, ler sempre o texto e entendê-lo. Se o leitor não compreende o que lê, dificilmente a assembleia perceberá.

Claro que, além das pontuações referidas, que determinam as pausas, entoações e modulações da voz, devem ter-se em conta algumas pausas mais longas: após o enunciado da leitura: «Leitura da Primeira Epístola…aos Gálatas» (pausa longa); ou: «meus irmãos» (pausa longa), ainda que conste uma vírgula e não um ponto final, bem como no final, antes de proclamar «Palavra de Senhor».

Uma sugestão: Se pegar no Leccionário e, ao acaso, ler algumas leituras, olhando bem os diversos tipos de pontuação, executar de forma correcta e depois incorrecta, o leitor confirmará o que acabámos de frisar.

Juntamente com a pontuação, fundamental para uma boa compreensão do texto, é igualmente importante saber frasear. Será o tema do próximo número.

                                                                                                                     FP
O LEITOR (VI) – Alguns cuidados

Como se depreende de tudo o que aqui temos escrito, desempenhar bem, e de forma consciente, o ministério de leitor é exigente, não é tarefa fácil. Muito caminho se percorreu, estamos certos, mas há pormenores, aparentemente insignificantes, que podem contribuir para um melhor ou pior desempenho. Assim, deixamos breves notas sobre alguns cuidados a ter para uma melhor proclamação da Palavra

No início da leitura, o leitor não tem que dizer: primeira leitura ou segunda leitura ou, quando é lido: salmo responsorial, como o sacerdote não diz, por exemplo: homilia. O leitor enuncia com clareza o nome do livro bíblico de onde é tirada a leitura: «Leitura da Profecia da Isaías»; «Leitura dos Actos dos Apóstolos»; «Leitura da Epístola de S. Paulo aos Coríntios»…e, após breve pausa, lê.

Olhar ou não a assembleia quando se lê? Deve haver o equilíbrio entre o olhar a assembleia para quem se lê (sobretudo no enunciar da leitura e no final) e olhar o texto, partindo do princípio de que o leitor é servidor de uma Palavra que não é sua, mas de Deus, e servidor da assembleia a quem dirige a Palavra. Por isso: projecte mais a voz que o olhar, cuidando, porém, uma e outra coisa.

Ler devagar é um dos requisitos fundamentais para uma boa proclamação o que, infelizmente, nem sempre acontece. A precipitação na aproximação do ambão e a pressa com que se lê são, em nosso entender, dos defeitos mais comuns dos leitores e que é preciso evitar, para que a Palavra seja bem pronunciada, captada e entendida.

O defeito oposto à pressa é o soletrar a leitura. Não é necessário ressaltar cada sílaba com igual intensidade. Além de tornar a audição maçadora, é um impedimento à compreensão do texto. É fundamental, por isso, a leitura prévia.

Vocalizar bem é outro elemento importante. Para isso, nada de pressas, não “comer” sílabas, efectuando uma boa dicção e articulação, sem omitir nem acrescentar nada às palavras ou às frases, evitando o perigo de alterar o sentido do texto.

O silêncio é outro factor determinante para uma boa leitura. Entre o título e a leitura deve haver um breve silêncio, bem como entre o fim da leitura e a aclamação: «Palavra do Senhor». Além disso, as frases e orações do texto são ritmadas por pontuação (vírgulas, pontos finais…) e os diversos tipos de pontuação requerem diversos tipos de silêncio: mais curtos ou mais breves.

A pontuação é um dos mais importantes componentes na proclamação do texto, por isso dedicar-lhe-emos o próximo número.


                                                                                              F.P.

O LEITOR (V) – Conselhos para antes da leitura

O serviço do leitor não se cinge nem se esgota, como já afirmámos diversas vezes, ao estrito acto de ler, de proclamar um texto sagrado na celebração. Há um antes e um depois da leitura. Deixamos alguns conselhos pertinentes a ter em conta antes da leitura.

O serviço de leitor é eminentemente verbal. Porém, comporta igualmente algumas componentes de linguagem não verbal: gestos, posturas, para uma boa proclamação.

- O acesso ao ambão. É um gesto que deve efectuar-se de forma digna, serena, sem ruídos, esperando que o sacerdote, o salmista, o outro leitor terminem a sua função.

- A postura corporal diante da assembleia. A pessoa é por si um sinal, por isso evite-se colocar as mãos nos bolsos, os braços cruzados ou atrás das costas, a rigidez de face, o riso artificial, a teatralização. Nem excessiva timidez, nem superficialidade gestual ou de olhar. A assembleia ouve, mas também vê, isto é: também “se ouve com os olhos”.

- O leitor vestido com naturalidade. O leitor não usa, habitualmente, vestes especiais. Este, homem ou mulher, jovem ou adulto, usa o vestuário normal, sem publicidades, palavras, decorações ou formas que despertem a atenção da assembleia. Tenha-se, além disso, o bom senso para impedir qualquer reparo em ousadias desnecessárias.

- O lugar e o livro de onde se lê. É importante que o leitor se coloque visivelmente no ambão, o lugar da proclamação da Palavra, e que se veja que está a ler pelo Livro da Palavra de Deus e não por uma folha qualquer ou fotocópia. O leitor deve colocá-lo à sua medida, se necessário, pegar nele com naturalidade.

- Ajustar o microfone e a luz. Uma das deficiências mais notórias é o “quase medo” de tocar no microfone. Mas é essencial que, antes de ler, se verifique se está ou não ligado e se ajuste, como norma, a um palmo em relação à boca. O mesmo se diga se há alguma iluminação no ambão. O leitor deve colocar-se de modo a ver bem o livro e a fazer-se ouvir.

- Esperar o silêncio da assembleia. Antes de começar a ler, o leitor deve esperar que a assembleia esteja sentada, atenta, em posição de escuta. Se persiste algum ruído: pessoas a sentar-se, ou à procura de lugar, movimentações… o leitor deve esperar. Sem silêncio, de nada vale começar.


                                                                                              F.P.


O LEITOR (IV) – mediador e não protagonista

Se normalmente cuidamos a maneira de transmitir as nossas palavras e mensagens humanas, com mais afinco devemos aperfeiçoar a maneira de comunicar aos outros a Palavra de Deus, enunciada nas leituras da Eucaristia.

O leitor, mais que “ler” pura e simplesmente, tem como missão “proclamar”, com o máximo de expressividade, a Palavra. Proclamar é pronunciar, promulgar diante de uma assembleia que escuta. Não é uma simples leitura pessoal, busca de informação ou explicação, mas um ministério (serviço) à assembleia celebrante.

O simples facto de ler em público para uma comunidade celebrante é, por si mesmo, um acto de culto, um serviço litúrgico, realizado com fé, por quem tem fé. Assim, uma das condições requeridas a um bom leitor é que tenha a convicção de que, no seu desempenho, ele é simplesmente – e nada mais! – um mediador entre Deus, que por ele dirige a sua Palavra, e a comunidade cristã, que a escuta e faz sua.

A palavra que o leitor transmite aos irmãos não é palavra sua, nem sequer da Igreja, mas de Deus. Ele não lê em função de si, só para si, mas executa, da parte de Deus e enviado por Ele, um serviço à comunidade. Por sua vez, Deus, comunica-se, agora, não através de revelações e de anjos, mas pelo ministério concreto de pessoas concretas: os leitores. Por meio delas a palavra faz-se realidade viva e a mensagem encarna.

O que está escrito nos livros, ainda que sejam sagrados, como é o caso das leituras bíblicas, é “letra impressa” que terá vida através da voz do que lê, da sua atitude comunicativa. Só assim o que está escrito se converte em acontecimento vivo, em Palavra de Salvação.

O leitor é como que o último elo de uma comprida cadeia de transmissão. Os profetas, os apóstolos falaram há séculos, as suas palavras foram escritas nos livros bíblicos, em seguida traduzidas, depois preparadas para as celebrações e agora é um leitor concreto quem as proclama numa determinada comunidade.

Contudo, por mais belos que sejam os escritos de Isaías, de S. Paulo, de S. João… se o leitor não os comunica com expressão, se o microfone não funciona, se há ruídos, será difícil estabelecer um diálogo vivente entre Deus e a assembleia.

Deus, normalmente, não actua nem se comunica por meio de milagres, mas serve-se da mediação humana, neste caso, de um leitor. É neste sentido que reafirmamos o que dá título a esta crónica: o leitor é Mediador e não Protagonista.

                                                                                                                                F.P.
O LEITOR (III) -  o primeiro ouvinte da Palavra

Escrevíamos, no último mês, que uma das funções essenciais, entre outras, do Leitor é dar vida a um texto escrito, no qual está contida a Palavra de Deus. Isto requer uma preparação a vários níveis: técnico, linguístico…Tudo o que dissemos, contudo, assenta num pressuposto de índole espiritual: o leitor é o primeiro ouvinte.   

O Leitor que proclama a Palavra na comunidade não exerce uma função como um carteiro que se limita a transmitir mensagens a outros, nada tendo a ver com elas. Pelo contrário, o Leitor é o primeiro destinatário da Palavra que proclama aos outros: leu-A, entendeu-A, acreditou Nela, rezou-A. Só depois estará verdadeiramente apto para a dirigir à Assembleia que tem diante de si.

Ao tomar consciência da importância do ministério que exerce, o Leitor deve estar alegre por servir, imbuído de uma atitude de convicção e profundo respeito. De facto, Deus quer falar ao seu povo e o mesmo Deus escolheu este ou aquele Leitor como seu porta-voz.

Além da preparação esmerada, o Leitor coloca-se numa atitude de fé. Em várias passagens bíblicas, por exemplo: no livro do Profeta Ezequiel capítulo 3, 3; no Apocalipse, capítulo 10, 9, numa linguagem metafórica, mas rica de sentido, Deus mandava ao profeta, o que comunicava a Palavra, que a comesse, isto é, que fizesse sua a mensagem, antes de a comunicar aos outros.

Ler na Assembleia é um importantíssimo acto litúrgico a executar com amor e espírito de serviço porque só assim a Palavra se torna viva e actual. Aqui reside a honra de Leitor, como também a sua grande responsabilidade. Se a sua voz não ressoa bem, ou não está possuído e convicto da Palavra que lê, a mensagem não passa.

Como se reza na oração de bênção dos leitores: «quando proclamais a Palavra sede, vós mesmos, dóceis ouvintes dela, conservando-a nos vossos corações e levando-a à prática, guiados pelo Espírito Santo».

O Leitor é, portanto, o primeiro ouvinte e vivente da Palavra, e só nesta convicção poderá proclamá-la como deve.

                                                                                                     F.P.


O LEITOR (II) – Dar a Vida ao texto

Como se anunciou na última edição de VTB, o tema a abordar neste número é: o Leitor dá vida ao texto. Este texto é a Palavra de Deus, escrita ao longo de muitos séculos e que está contida na Bíblia, que é constituída por 73 livros: 46 escritos antes de Cristo, o Antigo Testamento e 27 do Novo Testamento, escritos depois de Cristo. De entre estes, destacam-se os 4 Evangelhos: S. Mateus, S. Marcos e S. Lucas e S. João.

Grande parte dos livros da Bíblia é lida nas assembleias eucarísticas, semanais e dominicais. A primeira função do leitor, é, pode dizer-se, dar vida a esses textos, tão diferentes quanto ao conteúdo e quanto ao estilo literário, e que o leitor deve conhecer antes de ler, ou melhor proclamar, na assembleia.

Ler bem não é fácil, implica re-criar, dar vida às palavras do texto, dar voz ao autor, que é o próprio Deus, como se afirma ao terminar a leitura: Palavra do Senhor. Pode comparar-se a função do leitor à de um músico (pianista, violinista…) que, ao executar o trecho de outro compositor, não é um simples executante de notas musicais, mas imprime aos sons que se ouvem o sentido, a vida, a expressão, o sentimento que o compositor quis dar àquela peça. Ler, mais que pronunciar palavras soltas, é tornar viva uma mensagem que é de vida.

Depende muito do leitor que os ouvintes escutem ou não a Palavra e se deixem interpelar por Deus que nos fala. Contudo, não se trata só que todos ouçam, mas que entendam o que ouvem, captando a mensagem no seu sentido profundo e lhe respondam convictamente: graças a Deus…

É um ministério difícil. Por vezes a leitura não é fácil e os ouvintes nem sempre estão motivados e preparados para entender o núcleo do texto. Se, a juntar a isto, o leitor incorre em defeitos comuns: a precipitação, a má pronúncia, o tom monótono, mau uso do microfone, a pressa…, cai-se, então, no risco de a celebração da Palavra ser pouco mais que um momento da missa, rotineira e ineficaz, sem impacto algum e sem eco na mente e no coração dos que ouvem.

Por isso se insiste na necessidade de o leitor preparar sempre o que vai ler, conhecer a passagem bíblica, o seu estilo, as frases mais importantes, as expressões mais difíceis. Não bastam cinco minutos antes, mas, se possível, ter o texto em casa. Aliás com os meios de comunicação que temos ao alcance não será tão difícil assim.

Uma sugestão, que nos parece viável e que alguns leitores já fazem: ler, antes, em voz alta diante de alguém e perguntar se entendeu ou não. Pode ajudar!

                                                                                                                             F.P.


O LEITOR – dar voz à Palavra

O tema do ano pastoral 2007-08, na Diocese de Viseu, é «O Senhor enviou-nos a anunciar a Boa Nova». Na sequência desta temática fundamental na vida da Igreja – porque um jornal Paroquial deve formar e incentivar a vivência cristã de uma comunidade – iniciamos, neste número, uma rubrica sobre uma tarefa fundamental para a vitalidade de todos os cristãos: o serviço ou ministério dos leitores. Temos como referência, sobretudo, os que proclamam a Palavra de Deus na Assembleia Dominical.

Ao longo do ano pastoral, exporemos diversos temas, com o objectivo de ajudar aqueles – e já são tantos! – os que desempenham esta tarefa e outros que venham a desempenhá-la. Daremos, igualmente, algumas orientações de carácter litúrgico, técnico e pastoral acerca deste serviço essencial na vida da Igreja e de cada cristão.

Partimos do pressuposto de que os cristãos quando se reúnem, sobretudo no dia do Senhor, o domingo, têm, como finalidade primeira, escutar a Palavra. Para que tal aconteça, é imprescindível que alguém a proclame, não só o padre, mas também os leigos, e que o façam de forma modelar, devido à importância da mesma Palavra. É Deus quem fala, através da boca do leitor, e a sua Palavra deve ser entendida, para ser vivida.

A quem lê, as leituras, canta o salmo e enuncia as intenções da oração dos fiéis, requere-se formação. Por isso, nesta coluna mensal, serão fornecidas orientações práticas para um melhor desempenho.

Entre outros assuntos que exporemos, e que ajudarão os leitores no seu ministério, adiantamos, em jeito de sumário: o leitor é o primeiro ouvinte; dar vida ao texto; mediadores e não protagonistas; crianças a ler habitualmente?; preparação antecipada e mais próxima; conselhos e algumas regras a ter em conta, antes da leitura; outros temas consoante os tempos litúrgicos. No próximo número, trataremos do tema: dar vida ao texto.

Estamos abertos a outras sugestões, por parte dos nossos leitores, para o possível tratamento de outros assuntos de interesse relacionados este ministério que, em suma, consiste em dar voz à PALAVRA.

                                                                                              F.P.



MUSICA SACRA

data- 25 de março de 2007



CONCEITO

Sacrosanctum Concilium 112-121
“ A Música é tanto mais santa quanto mais intimamente se articular com a ação litúrgica, contribuindo para a expressão mais suave e unânime da oração, ou conferindo ao ritual mais solenidade

Finalidade- Glória de Deus, e santificação dos fiéis

A ação litúrgica ganha em nobreza quando o serviço divino se celebra com solenidade e é cantado tanto pelos ministros, quanto pelo povo que dele participa ativamente.

Instrumentos :O documento frisa a importância do órgão na liturgia, mas acrescenta. “ os demais instrumentos podem ser admitidos na liturgia, desde que devidamente adaptados à dignidade dos templo e contribuam dce fato pára a edificação dos fiéis” , ou seja: o templo, e o tipo e/ou quantidade de instrumentos devem estar adequados, não se coloca uma orquestra para animação num templo pequeno, nem tão pouco um simples violão numa catedral.

Compositores:” Componham melodias que expressem de fato as características da música sacra, e possam ser cantadas, n~çao só pelos grandes corais, mas que se adaptem à participação de todos os fiéis”., “as letras devem estar de acordo com a doutrina católica e ter como fonte de inspiração a Sagrada Escritura”

Desta afirmação se entende que:

1-     A música litúrgica tem um objetivo e uma finalidade específicos:  Estar a serviço da santificação e da participação ativa e orante dos fiéis na celebração dos mistérios divinos. A celebração eucarística não é só o louvor, já que nos reunimos para louvar, bendizer e agradecer ao Senhor, assim a música também tem suscitar o silêncio, a oração.
2-     Que tanto os compositores, quanto os músicos e cantores, devem estar atentos a esta finalidade- na fidelidade ao contexto católico e que estas músicas tem sua fonte na palavra e na doutrina cristã
3-     Que todo o movimento de música na celebração deve estar a serviço dos fiéis e contribuir para uma participação plena de todos.( a função da equipe de música é animar o canto, instigar o povo a cantar, e não executar sozinhos os cantos)
4-     Que os músicos e cantores devem “entrar” dentro do movimento em direção à liturgia celebrada, e não o contrário, (os cânticos devem estar adequados à liturgia a ser celebrada), e não a liturgia estar a serviço dos cânticos escolhidos
5-     Que a música litúrgica, o canto, as composições, as letras, os ritmos, são coordenados, orientados e direcionados pelo magistério da igreja, ao qual estão subordinados todos os agentes da pastoral litúrgica da qual a música e o canto fazem parte integrante. (A equipe de música não é a absoluta, não é uma pastoral isolada, e sim, fazem parte da equipe de liturgia)



VISÃO HISTÓRICA DO CANTO E DA MÚSICA LITÚRGICA

Na sagrada escritura- 
AT- Deste a antiga aliança a música faz parte da vida celebrativa e do culto em honra à Javé. O uso de instrumentos tem seu registro desde Gênesis (4, 21)., (Irmão de Lamec que foi o antepassado de todos os tocadores de flauta e de lira.,  em Êxodo 15, após a libertação, Moisés e os filhos de Iasrael entoaram um hino ao Deus libertador; 2 Samuel 6,5- Davi ao transportar a arca da aliança, convoca o povo e toda a casa de Israel, entusiasmada iam fazendo festa diante de Javé, cantando ao som de cítaras, harpas, tamborins, pandeiros e merimbas os salmos.

NT- Lucas 2, 14- Os anjos celebram com cantos o nascimento de Jesus;  Marcos 14,26- Após a ceia, depois de cântico dos salmos, Jesus e seus discípulos vão ao horto das Oliveiras. Halley canto de louvor na pesah – celebração da Páscoa Judaica

1as comunidades cristãs- Judaico-cristãs- Ritos do culto judaico- shabbat e festas litúrgicas judaicas_x cantos de salmos e orações no contexto eucarístico e da páscoa da ressurreição., 1º dia da semana

Século IV- Período patristico- destacam-se os aspectos simbólicos e celebrativos da música e do canto “ a serviço da palavra” e como “ sinal de unidade”

Caráter mistagógico= Mistério= sacramento da igreja: Aspecto bíblico= a sagrada escritura é musicada para espiritualidade da comunidade

Século VIII e IX- em Roma, escolas de canto para cultivar a vida musical do culto cristão

Século XIII- Papa Gregório Magno favorece centros de música sacra e erudita. Institui o canto gregoriano como a forma neumático= i a 4 notas por sílaba e melismática – com número ilimitado de notas por sílaba

Torna-se o canto gregoriano a única forma de canto litúrgico para o culto e adoração com uso de órgão= sendo centralizado no clero e nos mosteiros, distante do povo

Século XVI- passa-se do canto gregoriano para as expressões musicais polifônicas, ou seja, uso de diversas vozes e instrumentos na ação litúrgica popular= procissões, vias sacra e rosários., e verificou-se o perigo de confundir canto litúrgico com música profana;  preocupação em preservar o latim como língua oficial da liturgia.

Anos -1324- 1325., Papa João XXII, escreve o primeiro documento sobre a música litúrgica

anos 1433-1546, Martinho Lutero – Uso da língua vernácula na liturgia e culto protestante ( início com a língua alemã

ANO 1749- Papa Bento XV- solicita moderação na música sacra

século XIX- Papa Pio X- preocupação com a teatralidade do culto

ano 1950- Papa Pio XII- destaca em documento os tipos de música sacra liturgicamente válidas:

a)     Canto gregoriano como patrimônio da igreja católica e canto litúrgico por excelência
b)     Polifonias sacra+ canto com uso de coral e órgão
c)     Música sacra para solo de órgão
d)     Canto religioso popular que podem ser usados em ações litúrgicas
e)     Musica religiosa., temas religiosos mas, impróprios ao uso do culto cristão
f)       ano 1955- Papa Pio XII, reconhecer a entrada de cantos religiosos populares na liturgia= surgem os músicos e o destaque da música na liturgia= perigo= acima do mistério celebrado

Vaticano II- anos 1962- 1965- Sacrosanctum concillium

1-    A música litúrgica não é autônoma no culto divino- está intimamente ligada à ele – e deve contar com a participação de todos os que o celebram;
2-    Levar a participação dos fiéis na liturgia de forma consciente, ativa, frutuosa, plena, piedosa, fácil, interna e externamente.
3-    Dar significação vital aos mistérios celebrados, sendo a música a expressão de oração, favorecimento da unanimidade da celebração e solenizar o culto.

A música popular constitui possibilidade de que pode dispor a igreja no Brasil, porém deve ser regida por determinados critérios para sua utilização.

CRITÉRIOS PARA A MÚSICA NA LITURGIA

A)    Tempo litúrgico= O canto deve estar atento ao tempo litúrgico para respeitar o Espírito do ciclo de cada ano- Advento/Natal/quaresma/tempo pascal- cada tempo com sua dimensão litúrgica específica., (não se canta no páscoa o que se canta na quaresma  por exemplo)

B)    Tipo de celebração= Considerar a motivação da celebração- exéquias, matrimônio, batismo etc. cada qual tem motivações diferentes, assim como o objetivo da celebração (ação de graças, louvor, penitencia, envio missionário, consagração etc.


C)    Modelo de assembléia= Faixa etária, crianças, jovens, idosos, afro, italianos etc. grupo social
           A preparação da liturgia e cantos devem estar  condizentes  com o tipo de   assembléia para  incentivar a participação

D)    Momento litúrgico- Cada música situa-se dentro da estrutura da celebração. Levar em
     consideração os momentos litúrgicos- Ritos iniciais, penitencia, ofertas, etc.

E)    Tipo de música- Música para celebração litúrgica é diferente e específica da música para
      encontros, reuniões, assembléias, horas de louvor etc. Cada evento pede e exige um tipo
      diferente de música. Liturgia pede música litúrgica

F    Atenção às fontes= Igreja é regida pelo magistério, documentos próprios normas, e orientações
      que visem a colegialidade e a unanimidade como igreja universal, diocesana, regional e
      paroquial. è o magistério que conduz e orienta, e não outros meios como a TV, a mídia, a
      Internet  etc. Também não é o padre, o sacristão, o ministro, coordenador de liturgia  o músico
      ou o cantor.

MINISTÉRIO DO LEITOR

“ Coloque-se na porta do templo e diga a todos: Escutem a palavra de Javé vocês todos de Juba, que entram por esta porta, a fim de adorar a Javé”... endireitem seus caminhos e sua maneira de agir e eu morarei com vocês neste lugar

Ministério significa: serviço e na liturgia – “ação em favor de alguém”. - assim, ao refletir sobre a missão do ministério dos leitores na liturgia, cabe iniciar com esta observação essencial =
Ministério do leitor é: Serviço em favor de toda a assembléia que celebra o Senhor na liturgia
Este servir se reveste de três dimensões essenciais que devem ser levadas em conta no momento de se efetuar esse ministério:

1-Servir ao Senhor como seu porta vozMISSÃO PROFÉTICA  que se inspira na ação e testemunho do profeta da sagrada escritura que se tornam por vocação e iniciativa divina, Arautos para o povo, as autoridades e as nações. Esta missão exige de seu ministro a condição de porta voz: fidelidade ao Senhor que fala, fidelidade à palavra que anuncia, fidelidade ao se colocar como instrumento do Senhor para que Deus possa falar através de seu instrumento “ o ministro” a todo povo.

2- Servir ao povo de Deus MISSÃO DE DIACONIA – serviço que pelo anuncio e proclamação da palavra, permite que o Senhor se faça ouvir pelo povo e que suas palavras possam ser semeadas na mente e no coração da assembléia reunida e produzir frutos de vida nova. Esta missão exige que o ministro possa transmitir com clareza e alegria toda a profundidade dessa palavra divina que transmite e permite que todo o povo sem exceção possa ser o destinatário dessa palavra que chegue a todos os ouvidos e possa ser uma palavra que é acolhida e entendida em sua fidelidade e escritura.


3- Servir à Igreja- MISSÃO DE KOINONIA – comunhão,  que reúne a assembléia em comunidade orante, tendo como foco central a palavra de Deus e unindo todos num só Espírito que reúne, consagra, unge e orienta a todo povo. Missão que exige a espiritualidade necessária para que o Espírito do Senhor possa agir no coração de todos para receber esta palavra, fazer dela uma lição de vida e promova a adesão batismal dessa palavra na fé e na vida de cada um dos ouvintes.


Liturgia da palavra ação litúrgica

Onde o próprio Cristo se faz presente como o Verbo de Deus que se faz palavra viva no meio de nós;
**Onde a assembléia reunida se faz igreja tendo como centro a palavra de Deus para sua fé e vida cristã;
**Onde a presença: do Cristo ressuscitado e do Espírito realizam o mistério pascal de Cristo e o envio de todo povo consagrado para a missão “ Ide pelo mundo e fazei discípulos meus a todos os povos, ensinando-os a observar tudo o que vos mandei”.
**Onde o serviço se torna missão e a presença do leitor seja uma resposta a um chamado de Deus para realizar uma liturgia de Deus em favor de seu povo
**Onde todo tem a mesma oportunidade de acolher a palavra e compreender o que Deus anuncia pelo cuidado e zelo deste ministério

Assim, é preciso que os leitores sejam capacitados, dignos em seu testemunho de vida cristã, espiritualidade e fé e que amem a palavra de Deus, a busquem como direção e guia e tenham por ela um amor profundo e constante em todos os momentos de sua vida.


OS DEZ MANDAMENTOS DO LEITOR NA LITURGIA

1-     Conhecer a palavra com antecedência_ O leitor deve ler e conhecer o texto a ser proclamado bem antes de realizar o que supõe que a equipe de liturgia faça a preparação e a escolha de cada leitor com antecedência da liturgia
2-     Refletir e meditar a palavra= Ao conhecer a palavra a ser proclamada, esta deve se tornar “ alimento” a ser saboreado com calma e profunda espiritualidade pelo leitor-palavra que penetra em seu coração e traz a novidade de Deus – alimento da fé que inspira o leitor a compartilhar desta experiência com todo o povo reunido na liturgia.
3-     Escutar a palavra- fazer-se “ “ouvinte “atento”, da palavra que deve ser acolhida pela mente e pelo coração”““““. – sentir que Deus “fala“ e que esta palavra faz diferença para toda a vida daquele que a ouve com atenção. Palavra que não é humana, mas divina e que deve chegar ao mais profundo do ser para ser semente de boa nova
4-     Palavra anúncio- que deve ser acolhida e aprofundada na assembléia = tempo de reflexão pessoal de cada um que está presente à liturgia – palavra proclamada com clareza, calma e entusiasmo de quem anuncia uma mensagem de salvação para todos:
5-     Palavra solene= anuncio que supõe seriedade e solenidade, que exige uma proclamação- não ser confundida com palavra emocional, teatral ou leitura de um texto- leitor deve sentir o momento que está realizando e a dimensão que este acontecimento exige em benefício de todos
6-     Respeito e veneração da palavra= gestos visíveis de vênia e de respeito para com a palavra que devem ser vistos por todos e que possam ter significado de profunda consideração por algo sagrado que se celebra
7-     Resposta a uma vocação= ministério que não pode ser confundido com “ oportunidade” para alguém fazer uma leitura – mas que compreende condições mínimas e adequadas para ser exercida. Chamado de Deus a ser seu arauto é chamado à missão de serviço e de disponibilidade, de testemunho, fé e vivência dessa mesma palavra na vida do leitor:
8-     Ter caráter de serviço= Não ser confundido com “status”, cargo ou função, mas abranger a dimensão de ministério litúrgico e de instrumento a serviço do Senhor, do povo de Deus e da igreja
9-     Ter testemunho de vida= levar o leitor a um testemunho pessoal de vida cristã, em todas as circunstâncias de sua via, realizando em si mesmo aquilo que anuncia por meio de palavras, coerência e esforço pessoal de interação entre fé e vida
10- Instrumento de comunhão= Ser parte de um todo, onde cada membro que serve ao Senhor seja instrumento de comunhão na liturgia, na comunidade, nos diversos ministérios e carismas e no meio do povo. Membro do corpo místico de Cristo que realiza o amor - comunhão e misericórdia e que se torna eixo de ligação entre todos