segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

MUSICA SACRA

data- 25 de março de 2007



CONCEITO

Sacrosanctum Concilium 112-121
“ A Música é tanto mais santa quanto mais intimamente se articular com a ação litúrgica, contribuindo para a expressão mais suave e unânime da oração, ou conferindo ao ritual mais solenidade

Finalidade- Glória de Deus, e santificação dos fiéis

A ação litúrgica ganha em nobreza quando o serviço divino se celebra com solenidade e é cantado tanto pelos ministros, quanto pelo povo que dele participa ativamente.

Instrumentos :O documento frisa a importância do órgão na liturgia, mas acrescenta. “ os demais instrumentos podem ser admitidos na liturgia, desde que devidamente adaptados à dignidade dos templo e contribuam dce fato pára a edificação dos fiéis” , ou seja: o templo, e o tipo e/ou quantidade de instrumentos devem estar adequados, não se coloca uma orquestra para animação num templo pequeno, nem tão pouco um simples violão numa catedral.

Compositores:” Componham melodias que expressem de fato as características da música sacra, e possam ser cantadas, n~çao só pelos grandes corais, mas que se adaptem à participação de todos os fiéis”., “as letras devem estar de acordo com a doutrina católica e ter como fonte de inspiração a Sagrada Escritura”

Desta afirmação se entende que:

1-     A música litúrgica tem um objetivo e uma finalidade específicos:  Estar a serviço da santificação e da participação ativa e orante dos fiéis na celebração dos mistérios divinos. A celebração eucarística não é só o louvor, já que nos reunimos para louvar, bendizer e agradecer ao Senhor, assim a música também tem suscitar o silêncio, a oração.
2-     Que tanto os compositores, quanto os músicos e cantores, devem estar atentos a esta finalidade- na fidelidade ao contexto católico e que estas músicas tem sua fonte na palavra e na doutrina cristã
3-     Que todo o movimento de música na celebração deve estar a serviço dos fiéis e contribuir para uma participação plena de todos.( a função da equipe de música é animar o canto, instigar o povo a cantar, e não executar sozinhos os cantos)
4-     Que os músicos e cantores devem “entrar” dentro do movimento em direção à liturgia celebrada, e não o contrário, (os cânticos devem estar adequados à liturgia a ser celebrada), e não a liturgia estar a serviço dos cânticos escolhidos
5-     Que a música litúrgica, o canto, as composições, as letras, os ritmos, são coordenados, orientados e direcionados pelo magistério da igreja, ao qual estão subordinados todos os agentes da pastoral litúrgica da qual a música e o canto fazem parte integrante. (A equipe de música não é a absoluta, não é uma pastoral isolada, e sim, fazem parte da equipe de liturgia)



VISÃO HISTÓRICA DO CANTO E DA MÚSICA LITÚRGICA

Na sagrada escritura- 
AT- Deste a antiga aliança a música faz parte da vida celebrativa e do culto em honra à Javé. O uso de instrumentos tem seu registro desde Gênesis (4, 21)., (Irmão de Lamec que foi o antepassado de todos os tocadores de flauta e de lira.,  em Êxodo 15, após a libertação, Moisés e os filhos de Iasrael entoaram um hino ao Deus libertador; 2 Samuel 6,5- Davi ao transportar a arca da aliança, convoca o povo e toda a casa de Israel, entusiasmada iam fazendo festa diante de Javé, cantando ao som de cítaras, harpas, tamborins, pandeiros e merimbas os salmos.

NT- Lucas 2, 14- Os anjos celebram com cantos o nascimento de Jesus;  Marcos 14,26- Após a ceia, depois de cântico dos salmos, Jesus e seus discípulos vão ao horto das Oliveiras. Halley canto de louvor na pesah – celebração da Páscoa Judaica

1as comunidades cristãs- Judaico-cristãs- Ritos do culto judaico- shabbat e festas litúrgicas judaicas_x cantos de salmos e orações no contexto eucarístico e da páscoa da ressurreição., 1º dia da semana

Século IV- Período patristico- destacam-se os aspectos simbólicos e celebrativos da música e do canto “ a serviço da palavra” e como “ sinal de unidade”

Caráter mistagógico= Mistério= sacramento da igreja: Aspecto bíblico= a sagrada escritura é musicada para espiritualidade da comunidade

Século VIII e IX- em Roma, escolas de canto para cultivar a vida musical do culto cristão

Século XIII- Papa Gregório Magno favorece centros de música sacra e erudita. Institui o canto gregoriano como a forma neumático= i a 4 notas por sílaba e melismática – com número ilimitado de notas por sílaba

Torna-se o canto gregoriano a única forma de canto litúrgico para o culto e adoração com uso de órgão= sendo centralizado no clero e nos mosteiros, distante do povo

Século XVI- passa-se do canto gregoriano para as expressões musicais polifônicas, ou seja, uso de diversas vozes e instrumentos na ação litúrgica popular= procissões, vias sacra e rosários., e verificou-se o perigo de confundir canto litúrgico com música profana;  preocupação em preservar o latim como língua oficial da liturgia.

Anos -1324- 1325., Papa João XXII, escreve o primeiro documento sobre a música litúrgica

anos 1433-1546, Martinho Lutero – Uso da língua vernácula na liturgia e culto protestante ( início com a língua alemã

ANO 1749- Papa Bento XV- solicita moderação na música sacra

século XIX- Papa Pio X- preocupação com a teatralidade do culto

ano 1950- Papa Pio XII- destaca em documento os tipos de música sacra liturgicamente válidas:

a)     Canto gregoriano como patrimônio da igreja católica e canto litúrgico por excelência
b)     Polifonias sacra+ canto com uso de coral e órgão
c)     Música sacra para solo de órgão
d)     Canto religioso popular que podem ser usados em ações litúrgicas
e)     Musica religiosa., temas religiosos mas, impróprios ao uso do culto cristão
f)       ano 1955- Papa Pio XII, reconhecer a entrada de cantos religiosos populares na liturgia= surgem os músicos e o destaque da música na liturgia= perigo= acima do mistério celebrado

Vaticano II- anos 1962- 1965- Sacrosanctum concillium

1-    A música litúrgica não é autônoma no culto divino- está intimamente ligada à ele – e deve contar com a participação de todos os que o celebram;
2-    Levar a participação dos fiéis na liturgia de forma consciente, ativa, frutuosa, plena, piedosa, fácil, interna e externamente.
3-    Dar significação vital aos mistérios celebrados, sendo a música a expressão de oração, favorecimento da unanimidade da celebração e solenizar o culto.

A música popular constitui possibilidade de que pode dispor a igreja no Brasil, porém deve ser regida por determinados critérios para sua utilização.

CRITÉRIOS PARA A MÚSICA NA LITURGIA

A)    Tempo litúrgico= O canto deve estar atento ao tempo litúrgico para respeitar o Espírito do ciclo de cada ano- Advento/Natal/quaresma/tempo pascal- cada tempo com sua dimensão litúrgica específica., (não se canta no páscoa o que se canta na quaresma  por exemplo)

B)    Tipo de celebração= Considerar a motivação da celebração- exéquias, matrimônio, batismo etc. cada qual tem motivações diferentes, assim como o objetivo da celebração (ação de graças, louvor, penitencia, envio missionário, consagração etc.


C)    Modelo de assembléia= Faixa etária, crianças, jovens, idosos, afro, italianos etc. grupo social
           A preparação da liturgia e cantos devem estar  condizentes  com o tipo de   assembléia para  incentivar a participação

D)    Momento litúrgico- Cada música situa-se dentro da estrutura da celebração. Levar em
     consideração os momentos litúrgicos- Ritos iniciais, penitencia, ofertas, etc.

E)    Tipo de música- Música para celebração litúrgica é diferente e específica da música para
      encontros, reuniões, assembléias, horas de louvor etc. Cada evento pede e exige um tipo
      diferente de música. Liturgia pede música litúrgica

F    Atenção às fontes= Igreja é regida pelo magistério, documentos próprios normas, e orientações
      que visem a colegialidade e a unanimidade como igreja universal, diocesana, regional e
      paroquial. è o magistério que conduz e orienta, e não outros meios como a TV, a mídia, a
      Internet  etc. Também não é o padre, o sacristão, o ministro, coordenador de liturgia  o músico
      ou o cantor.

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