segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

O LEITOR (VI) – Alguns cuidados

Como se depreende de tudo o que aqui temos escrito, desempenhar bem, e de forma consciente, o ministério de leitor é exigente, não é tarefa fácil. Muito caminho se percorreu, estamos certos, mas há pormenores, aparentemente insignificantes, que podem contribuir para um melhor ou pior desempenho. Assim, deixamos breves notas sobre alguns cuidados a ter para uma melhor proclamação da Palavra

No início da leitura, o leitor não tem que dizer: primeira leitura ou segunda leitura ou, quando é lido: salmo responsorial, como o sacerdote não diz, por exemplo: homilia. O leitor enuncia com clareza o nome do livro bíblico de onde é tirada a leitura: «Leitura da Profecia da Isaías»; «Leitura dos Actos dos Apóstolos»; «Leitura da Epístola de S. Paulo aos Coríntios»…e, após breve pausa, lê.

Olhar ou não a assembleia quando se lê? Deve haver o equilíbrio entre o olhar a assembleia para quem se lê (sobretudo no enunciar da leitura e no final) e olhar o texto, partindo do princípio de que o leitor é servidor de uma Palavra que não é sua, mas de Deus, e servidor da assembleia a quem dirige a Palavra. Por isso: projecte mais a voz que o olhar, cuidando, porém, uma e outra coisa.

Ler devagar é um dos requisitos fundamentais para uma boa proclamação o que, infelizmente, nem sempre acontece. A precipitação na aproximação do ambão e a pressa com que se lê são, em nosso entender, dos defeitos mais comuns dos leitores e que é preciso evitar, para que a Palavra seja bem pronunciada, captada e entendida.

O defeito oposto à pressa é o soletrar a leitura. Não é necessário ressaltar cada sílaba com igual intensidade. Além de tornar a audição maçadora, é um impedimento à compreensão do texto. É fundamental, por isso, a leitura prévia.

Vocalizar bem é outro elemento importante. Para isso, nada de pressas, não “comer” sílabas, efectuando uma boa dicção e articulação, sem omitir nem acrescentar nada às palavras ou às frases, evitando o perigo de alterar o sentido do texto.

O silêncio é outro factor determinante para uma boa leitura. Entre o título e a leitura deve haver um breve silêncio, bem como entre o fim da leitura e a aclamação: «Palavra do Senhor». Além disso, as frases e orações do texto são ritmadas por pontuação (vírgulas, pontos finais…) e os diversos tipos de pontuação requerem diversos tipos de silêncio: mais curtos ou mais breves.

A pontuação é um dos mais importantes componentes na proclamação do texto, por isso dedicar-lhe-emos o próximo número.


                                                                                              F.P.

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